O Valente Boldró, um B&B 35
Tripulantes da temporada:
- Helena (5 anos) - Mestre na arte de sapecar. Adora água, seja no banho, na praia ou no esguicho...
- Diana, a Almiranta - Arraes (passou com nota mais alta que a minha, diga-se de passagem), a cada dia uma marinheira de mão cheia... (de calos...)
- Ricardo, Capitão Amador, porém sempre um humilde aprendiz das coisas da vida...
Cereais, leite, café, pão, suco de laranja... Bom dia
!
quinta-feira, 29/12/05
Após chegada ontem e arrumação do
barco compramos gelo e nos preparamos para sair pela manha, embora ainda
tivéssemos que esperar uma bomba emprestada para encher o bote e falar com o
marinheiro para sanar algumas duvidas...
à noitinha fomos até o centro de Parati curtir a cidade e pudemos presenciar
um show de circo com duas trupes argentinas nas ruas de Parati... Espetáculo de
grande qualidade com malabares, fogo, comédia ao melhor estilo clown... O
ingresso foi cobrado no chapéu, como é de se esperar e é claro que
colaboramos... Nossa temporada começava a mil !!!
Comédia circense ao ar livre: só em Parati...
As 8h demos a partida para carregar as baterias. O barômetro marcava 1015,5 e o céu estava azul e sem nuvens. Um dia perfeito...
As 10h saímos em direção à ilha da
Cotia com vento contra bem na cara e, como queríamos curtir o dia de sol já
que a a previsão de chuva e frente fria estacionada era contra nós, fomos no
motor.
Paramos no Saco da Velha para conhecer o bar do Vivinho citado pelo Manual do
Ceccon. Ali entrou um vento forte e ficamos um pouco inseguros quanto à
ancoragem, pois não estávamos exatamente no melhor lugar. Barco novo, macaco
velho... Resolvemos ir embora para a Cotia passados uns 40 minutos de
praia.
O motor de popa não havia pegado e estávamos a remo, sem poder chegar no barco
com presteza em caso de emergência... Já conhecia essa estória de outros
verões... (ver charter em Angra).
A prainha do desembarque
Ao chegar na Ilha, fundeamos próximos a dois barcos de pescadores com os quais já fui logo puxando conversa e que se mostraram muito simpáticos e conversadores. Pena estarem indo dormir para saírem de madrugada caso contrario ficaríamos ali conversando muito mais tempo... Depois dessa conversa achei melhor me afastar mais da costa e jogar ferro alguns metros mais longe, prevenindo maré e ventos que fariam a embarcação rondar.
Sempre uma nadadinha a mais antes do banho...
Inconformado com o motor de popa, lá
fui eu reler o manual: sempre se pode ter esquecido alguma coisa. E foi
justamente quando notei que haviam guardado o motor com a torneirinha aberta:
estava afogado! No suporte mesmo dei mais duas ou três arrancadas e "voila".
Pegou!
Imediatamente desliguei e coloquei no bote para curtirmos os dias mais
maravilhosos dos últimos tempos...
O lado de dentro da Cotia...
No final da tarde, pelas 17:30h o tempo nublou um pouco e entrou um vento NE, com rajadas, mas nada que preocupasse. Apenas saímos da praia e fomos "almojantar". No cardápio preparado com antecedência e carinho, frango, purê, salada de alface americana, tomates e cebola. Aos poucos as lanchas foram embora (que pena...) e mais veleiros chegaram, de maneira que pelas 18:30 éramos 11 veleiros curtindo o final de tarde...
sexta-feira 30/12/05
7h da manhã, o barômetro continuava firme nos 1015,3, o céu com poucas nuvens e um sol que prometia mais um dia maravilhoso. Após o café da manha, observei que muitos peixes vinham à sombra do veleiro e ficavam a espreita de qualquer coisa que caísse na água. Aquele foi o sinal: pescaria a vista... Eu tinha levado uma pequena caixa com poucos e pequenos anzóis, linha, bóias e coisinhas pouco profissionais, mas perfeitas para as condições que se apresentavam. Foi jogar o anzol com miolo de pão e pronto. Em pouco tempo estávamos nos divertindo. Os menores eram devolvidos. Os maiores davam sempre um jeito de escapar... Os médios, bem, dançaram...
Quantos peixes pegamos ?
Um...
três...
dez peixes, papi...
Após garantir uns bons peixes para o
almoço, limpando-os e colocando-os no gelo, fomos ate uma praia na ponta oeste
da ilha, onde haviam muitas estrelas do mar, de todos os tipos e tamanhos, para
delírio da Helena. Pegamos varias para ver, de todos os tipos e tamanhos, que
foram devolvidas ao mar logo depois da "exploração". Aliás, depois
de se ver uma estrela do mar viva, num tom de vermelho tão maravilhoso, é
deprimente velas mortas e sem cor nas lojas do centro de Parati aos montes,
empilhadas e vendidas a preços módicos...
Estamos acabando com nosso planeta sem nos dar conta... que pena...
Estrelas de todos os tamanhos e
cores... vamos devolver ao mar !
Após um "Pit Stop" no veleiro para uma caipirinha e uma cervejinha e ostras criadas numa fazenda pertinho da ilha, voltamos para a praia que da acesso ao lado de dentro da baia onde mergulhamos e lagarteamos muito. Num desses mergulhos um bando de sete arraias passou por mim três vezes (será numerológicamente interessante ?), num espetáculo de rara beleza...
A prainha das estrelas e o bote-stop para umas ostras
com caipirinha...
No final da tarde encontrei ninguém mais que o Fernando Sheldon com sua família que haviam alugado uma traineira para passar o dia na ilha, afinal estavam em 15 pessoas... Lá ele me contou que o motor de se Cal 9.2 havia quebrado e ele ficaria "de molho" por algum tempo ate o conserto... (Boa sorte Sheldão...e Feliz Aniversário).
Jantamos peixe frito com arroz e salada. A Diana brincou com a Helena e no final da tarde mais um pouco de pescaria... Depois que a Helena dormiu, curtimos, Diana e eu, estrelas com vinho... nada como namorar no cockpit de um veleiro numa ilha longe da civilização...
sábado, 31/12/05
O barômetro despencara para 1012,
depois de bater em 1016 no dia anterior. Cirrus de NW apontavam para a entrada
de uma frente, embora estivéssemos sem a previsão. Uma tentativa de ligar o
motor para carregar a bateria e constatamos dois problemas distintos: o apito da
partida não cessava após a partida, e o motor não se mantinha ligado mais que
5 minutos: problemas à vista...
Esses sinais bastaram para minha decisão de retornar um pouco mais cedo do que
eu havia planejado... Apesar do estresse, conseguimos curtir a manhã de praia e
mergulho com a Helena, que pode ver peixes e nuvens de pequeninos filhotes
mergulhando conosco... Que delicia de temporada!
Mergulhos com a Helena e um berçário de peixinhos
Tentei verificar os motivos e consertar as coisas, mas não consegui. Como no
Tangata Manu o buzzer de partida esta ligado ao alternador achei que fosse o
caso também no Boldró (B&B 35) e portanto economizamos bateria para a
partida posterior. Mas o motor não segurava e nem me lembrei de tentar uma
sangria, o que mais tarde mostrou ser a solução simples e rápida para o
problema. Quanto ao buzzer, ao contrário do que imaginava, estava ligado à
pressão de óleo e era um fio da cebolinha que se desconectara...
De qualquer maneira, o tempo ainda estava bom e o vento abundante, de maneira
que curtimos a velejada de volta apesar do pouco vento no final da tarde já
passando a Ilha do Mantimento. Saímos as 11:30 e era por volta das 16 horas
quando atracamos no finger da Marina Porto Imperial para começarmos a
arrumação e os preparativos para o nosso Reveillon...
Preparadas para o Reveillon
Descansamos, tomamos umas cervejas e
preparamos a ceia: frango defumado, arroz com amêndoas, salada de maionese e
vinho... Descansamos e tiramos um cochilo para mais tarde ir ate a praia do
Pontal para esperar a meia noite e pular ondinhas...
O show de fogos foi maravilhoso e durou muito mais que esperávamos...
Brindamos, nos abraçamos e voltamos para um merecido descanso...
domingo 01/01/06
O domingo foi ocupado para arrumar o
barco, achar os defeitos e arrumá-los. Uma sangria, uma abraçadeira e conectar
o fio solto. Na verdade a maior parte do tempo foi gasta em achar o que
precisava ser feito, do que realmente fazer. O fazer em si foi rapidinho...
Fomos passear em Parati em baixo de chuva fina que hora parava, hora continuava,
mas a frente fria chegara para ficar. O barômetro variou entre os 1014 e 1012
para cima e para baixo, ate que no final da tarde entrou uma porranca com ventos
fortes, pequenas ondas, rajadas e muita chuva...
Deu apenas uma folguinha de garoa pra tomar sorvete e comer pastel em Parati...
Shackleton não morreu !
segunda-feira 02/01/06
O barômetro amanheceu em 1011 com chuva
fina e constante, com 100% de cobertura de nuvens baixas.
A previsão na web vista pelo computador da marina indicava que nada melhoraria
ate a próxima semana. Não quisemos esperar. Ficar trancados com uma criança
de 5 anos por 4 ou 5 dias num veleiro é uma judiação... Principalmente para
os pais...
:-)
Não nos restou outra alternativa senão dar por encerrada a temporada de verão
e voltar a Sampa...
Quebra cabeças... jogo da memória...
Barbie... filminhos no DVD... e muuuuuuuita chuva mais de 3 dias
seguidos...
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